Valor da transação para aquisição da Box Delivery não foi revelado e negócio está sujeito ao aval do Cade
A empresa colombiana de delivery Rappi anunciou a aquisição da brasileira Box Delivery, especializada em entregas rápidas para grandes redes de restaurantes e varejo no país. O valor da aquisição não foi revelado e está sujeito à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A compra ocorre dois meses após o Cade ter feito um acordo com o iFood, principal concorrente da Rappi no mercado de delivery. O CEO da Rappi afirmou que a aquisição não dependia do acordo com o Cade, mas elogiou os termos do acordo, que busca equilíbrio no setor de entregas de refeições no país.
Com a aquisição, a Rappi assume uma empresa que atua em 250 cidades brasileiras, de 18 estados, com 150 mil entregadores cadastrados. A empresa colombiana não informou quantos entregadores tem cadastrados no Brasil, mas afirmou que terá de 10% a 15% da base de motoboys entregadores do país.
Entre os clientes da Box Delivery estão grandes redes de alimentação como McDonald´s, Burger King, Pizza Hut e Outback, além do serviço Zé Delivery, de entrega de bebidas da Ambev.
O fundador da Box Delivery afirmou que nada muda na operação da empresa em termos de clientes e da equipe, hoje composta por 450 funcionários. A Rappi, que está presente em oito países latino-americanos, opera no mercado brasileiro desde julho de 2017 e atualmente atende 140 cidades em 24 estados, com foco nas capitais brasileiras. Com a integração da Box Delivery, a Rappi pretende aprimorar a qualidade das entregas onde já atua, antes de expandir sua presença geográfica.
A Rappi foi uma das primeiras empresas a questionar junto ao Cade os contratos de exclusividade do iFood com estabelecimentos, em movimento que também já teve a adesão da Abrasel, das empresas Uber e 99, que encerraram seus serviços de delivery de refeições no país em março de 2022 e em março deste ano, respectivamente.
A Rappi nunca cogitou encerrar a operação no Brasil e está construindo uma empresa para gerar progresso na América Latina no longo prazo, com atuação local e próxima porque a região precisa ter empresas fortes, locais e não subsidiárias de empresas estrangeiras.
*Com informações do Valor.