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"Trata-se de uma transformação no interior do interior do nosso Brasil de dimensões continentais, uma transformação de longo prazo e sem precedente. O LIDER fará emergir ao primeiro plano da vida cotidiana local as competências dos brasileiros, em um país de múltiplas identidades.Inicia-se, assim, um paulatino processo de mudança na secular cultura nacional, que acabou naturalizando, como se não houvesse alternativa, a passiva aceitação de um Estado centralizador, cujo poder verticalizado baseia-se em códigos que ele mesmo define e que servem muito mais a si próprio do que à sociedade"- Bruno Quick - diretor técnico do Sebrae


Bruno Quick é o idealizador do LIDER, o programa de desenvolvimento regional que, a longo prazo, inverte o modelo centralizador dominante no país há cinco séculos, criando bem-estar e prosperidade a partir do chão da vida real

Em 2007, o Programa para Desenvolvimento Regional (LIDER) ainda estava sendo modelado no Sebrae Nacional. Mas, mesmo com a formatação do programa ainda inacabada, o superintendente da entidade no Rio Grande do Sul, Derly Fialho, dispôs-se a colocá-lo em prática nas terras estaduais.

O LIDER tem como vetor a ampla mobilização comunitária em prol do empreendedorismo. No caso gaúcho, o propósito é o de nivelar regiões socioeconômicas deprimidas aos outros territórios que têm maior índice de prosperidade e bem-estar.

“Escolhemos o Sul do Rio Grande do Sul como a região pioneira do LIDER. Isso por que é a parte menos dinâmica da economia gaúcha, com um PIB per capita que representa a metade do PIB per capita da Serra Gaúcha.

Isso ocorre por falta de um senso de construção coletiva, senso de cooperação. No fundo, no fundo, é um trabalho de longo prazo. É um trabalho de mudança de cultura de um território que já dispõe dos maiores recursos naturais e ativos do Estado. É um negócio complexo”, disse Fialho.

Ele permaneceu no comando do Sebrae gaúcho no período 2015/2019. Hoje é, na entidade, gerente nacional da unidade de Desenvolvimento Territorial. Seu sucessor na superintendência do Rio Grande do Sul, André Vanoni de Godoy, vem dando prosseguimento à agenda iniciada no território meridional do Estado, abrangendo 43 municípios das regiões da Campanha, da Fronteira Oeste e do Sul estadual.

Desde que o LIDER foi deflagrado, em 2008, somente no setor turístico dessa grande região registrou-se aumento de 26% no número de empregados nos bares, restaurantes e hotéis, passando de 5,3 mil para 6,7 mil funcionários.

No setor do agronegócio, inovadoramente foram criadas 25 Unidades Demonstrativas de Produção (UDP). Elas servem como propagadoras de conhecimento e tecnologia aos agricultores e pecuaristas da região, sendo que as práticas voltadas à maior produtividade, são transmitidas (por técnicos extensionistas da Embrapa, Emater e do Senar), nesses 25 estabelecimentos de referência, a mais de 3,5 mil proprietários rurais.

Embora seja apenas o início de uma trajetória de longo prazo, o programa já se estendeu a 73 microrregiões do país, abrangendo 22 estados.

O Turismo, o Agronegócio e a Educação foram os eixos de desenvolvimento escolhidos pelas comunidades territoriais da Campanha Gaúcha (sediada em Bagé), do Sul do Rio Grande do Sul (sediada em Pelotas), e da fronteira oeste gaúcha, na divisa com a Argentina e Uruguai (sediada em Uruguaiana). Nessa vasta área geográfica, há as universidades Unipampa, Urcamp, UFRG e UCPel. A Embrapa pecuária de corte localiza-se em Bagé.

Em Dom Pedrito, há o campus da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), no qual se inaugurou, em 2011, o curso de bacharelado em Enologia. Os segmentos que mais se destacam no agronegócio são a pecuária de corte e de leite, as lavouras, a ovinocultura, a vitivinicultura e a olivicultura. Registra-se, também, uma inicial porém ascendente produção de azeite.

"As lideranças comunitárias definem todo o programa local. Cabe ao Sebrae criar e aplicar a metodologia para manter o grupo coeso e atingir os objetivos propostos"

Derly Fialho lançou, nacionalmente, o primeiro programa LIDER no Rio Grande do Sul, quando era superintendente estadual do Sebrae, no período 2015/2019. Hoje, no Sebrae nacional, é gerente da unidade de Desenvolvimento Territorial

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