No cenário em que as pequenas empresas representam a maior parcela de geração de emprego no país, é fundamental criar um ambiente que favoreça taxas de juros mais justa e sustentável no longo prazo
No mundo dos negócios, a disparidade entre grandes e pequenas empresas é um tema amplamente discutido sob diversos aspectos. Além das diferenças em termos de recursos, uso de tecnologias, alcance de mercado e influência, existe também uma discrepância significativa quando se trata das taxas de juros que cada uma paga.
A proposta aqui é explorar essa realidade alarmante e revelar o abismo financeiro existente entre as grandes e as pequenas empresas, quando se trata de obter financiamentos e empréstimos. As instituições financeiras desempenham um papel fundamental na oferta de crédito e empréstimos para empresas de todos os tamanhos.
No entanto, é observado que as grandes empresas têm uma vantagem distinta quando negociam com essas instituições. As taxas de juros oferecidas a elas são geralmente mais baixas em comparação com as pequenas empresas, que enfrentam taxas muito mais elevadas - quando conseguem acesso ao crédito.
Isso cria uma disparidade financeira significativa, afetando diretamente a capacidade de crescimento e desenvolvimento dos pequenos negócios. Notadamente, uma das principais razões para essa diferença nas taxas de juros está no poder de negociação das grandes empresas.
Com sua influência no mercado, reputação estabelecida, taxas subsidiadas pelo governo e maior capacidade de garantia, elas conseguem assegurar empréstimos em condições mais favoráveis.
Por outro lado, as pequenas empresas possuem cenário muito distinto, além de sofrer com o excesso de burocracia, sobretudo em bancos públicos. As altas taxas de juros impostas às pequenas empresas têm um impacto negativo direto em suas finanças. Elas acabam pagando uma parcela maior de sua receita em juros, reduzindo a margem de lucro e limitando suas capacidades de investimento e expansão.
Essa desigualdade financeira cria uma barreira significativa para o crescimento dessas empresas e retira o estímulo para geração de novos empregos. Para superar essa disparidade e promover um ambiente mais equitativo para todas as empresas, é crucial que haja medidas e políticas de subsídios que estimulem o acesso ao crédito de forma igualitária.
Isso pode incluir fundos garantidores de crédito para as instituições financeiras oferecerem taxas de juros mais justas, bem como programas governamentais que permitam financiamentos de longo prazo aos pequenos negócios.
No cenário em que as pequenas empresas representam a maior parcela de geração de emprego no país, é fundamental criar um ambiente que favoreça taxas de juros mais justa e sustentável no longo prazo. Somente assim será possível diminuir o abismo financeiro existente e promover um sistema econômico mais inclusivo e equitativo.
*Keylle Lima é Diretor Técnico no Sebrae Alagoas.