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Um dos setores que se destacam na geração de lixo no país é o de alimentação, que produz mais de 150 mil toneladas por ano, em média

De acordo com dados do Panorama dos Resíduos Sólidos Brasil 2021, em média, cada brasileiro produz por dia 1,7 kg de resíduos. Foto: Freepik

O mundo já atingiu a marca de dois bilhões de toneladas de lixo produzidas por ano. E, segundo projeções do Banco Mundial e da ONU, se nada for feito, nesse ritmo, na metade do século seremos nove bilhões de habitantes convivendo com quatro bilhões de toneladas anuais de lixo urbano. Um número assustador, que conta com uma ajuda substancial do Brasil, 40º país que mais produz lixo no planeta – 240 mil toneladas por dia.

Ocupamos ainda a nada honrosa posição de campeão latino-americano de geração de resíduos, contribuindo, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos da Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, com 40% do total gerado na região (541 mil toneladas/dia, segundo a ONU Meio Ambiente).

Um dos setores que se destacam na geração de lixo no país é o de alimentação, que produz mais de 150 mil toneladas por ano, em média, por um milhão e meio de empresas do segmento em todo o Brasil. E esse mercado continua em crescimento. Só na capital paulista e em sua região metropolitana são 12.500 restaurantes, 15 mil bares, 3200 padarias e 1200 pizzarias gerando resíduos orgânicos e inorgânicos.

Esses dados, do Sindicato de Bares e Restaurantes de S. Paulo e do relatório do Sebrae, colocam em destaque a necessidade de ações de controle - e destinação correta – do grande volume de resíduos desses estabelecimentos.

Sobretudo porque, apesar de muitas cidades já possuírem uma legislação que obriga os restaurantes que produzem mais de 200 litros de lixo por dia a contratarem um descarte ambientalmente correto, infelizmente muitos ainda procuram burlar o sistema, gerando gastos públicos para o recolhimento dos resíduos, sobrecarregando aterros sanitários ou mesmo contratando coletas sem perceber a importância de uma reciclagem ou de uma destinação mais nobre.

No entanto, no caminho – que pode ser mais compensador e rápido do que muitos imaginam – para um ideal estágio de Lixo Zero, já há ações eficazes e ferramentas tecnológicas disponíveis para fazer, da pequena à alta gastronomia, as grandes aliadas da sustentabilidade.

É primordial e possível implementar uma gestão e um descarte ambientalmente corretos – e lucrativos - de resíduos orgânicos e inorgânicos em toda a cadeia envolvida no setor, do abastecimento ao transporte, controle de fornecedores, logística reversa e destinação correta dos muitos e diferentes tipos de resíduos.

A tecnologia proporciona programas capazes de gerir todos os tipos de resíduos recicláveis (papelão, plástico, alumínio e vidro), não-recicláveis (como lixo sanitário), orgânicos e até mesmo o óleo de cozinha usado, controlando processos e definindo as melhores alternativas de valorização dos resíduos.

Sistemas de última geração, seguros, desenvolvidos com tecnologia blockchain, podem conectar restaurantes e bares a fornecedores homologados, que executam a gestão, coleta e destinação dos materiais, oferecendo possibilidades ambientais legais e as opções mais adequadas de encaminhamento, seja para reciclagem, compostagem, logística reversa ou até mesmo geração de energia.

O controle proporcionado por essas ferramentas resulta em redução de custos operacionais, oportunidade para preços mais competitivos, garantem as melhores tecnologias ambientais nos destinos escolhidos e a obediência a exigências e prazos legais a que estão sujeitos bares e restaurantes.

Em muitos casos, os restaurantes podem ainda ganhar cashback com a separação do lixo reciclável e óleo de cozinha usados com a solicitação de coletas com destinos para reciclagem, onde serão pesados e o valor creditado aos estabelecimentos. Processos como esse já são prática recorrente em mais de 600 restaurantes, com 70 operadores logísticos homologados em diferentes Estados.

Outra vantagem proporcionada pelo uso de tecnologia, ao meio ambiente e aos restaurantes, é o envio dos resíduos orgânicos para compostagem e os não-recicláveis para cogeração de energia (CDR – Combustível Derivado de Resíduo) em um ambiente controlado e legalizado, garantindo observância da legislação ambiental e minimizando o impacto ambiental.

A tecnologia pode e deve ser o melhor tempero para uma gestão ambientalmente saudável, correta e economicamente viável.

*Chicko Sousa é CEO da GreenPlat.

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